|
|
DATA VENIA
Poema de Antonio Miranda
discursos empolados
numa eloquência vazia
palavras edulcoradas
verborreia filigramática
uma solene oratória
de retórica burocrática
de uma superioridade anelar
bacharelesca e autárquica
de onde sobrevém o papelório
de quem recorre ao cartório
resolvendo tudo por decreto
(ou por medida provisória...)
pela lei enviesada e torta
eivada de circunlóquios
fazendo tábula rasa de tudo
— de tudo que é precedente
para ir direto ao “finalmente”
de uma certa “superioridade”
|
|
|
|